Com
tantas faculdades de gastronomia pipocando por Salvador e pelo Brasil,
será que alguém já parou para pensar no que os profissionais com esta
formação estarão fazendo no mercado num futuro próximo? Muita gente
entra no curso de gastronomia pelo prazer de cozinhar. São pessoas que
gostam de estar na cozinha, de preparar comidas para a família e amigos.
E fazer um curso de gastronomia pode ser uma forma de unir o útil ao
agradável, ou seja, ter um diploma de curso superior e transformar o
hobby em uma profissão. Só que muita gente, até mesmo quem procura um
curso, não tem ideia do que é a gastronomia.
O
curso forma o gastrônomo que é quem, afinal? O gastrônomo não é um
cozinheiro. A formação acadêmica não tem esse fim. Ensina algumas
técnicas básicas, algumas preparações, mas está longe de formar
cozinheiros. Tampouco forma nutricionistas, que têm um curso específico
para isto, apesar da gastronomia também abordar questões relacionadas a
essa área de conhecimento.
O gastrônomo é um gestor, alguém que transita pela administração de um
estabelecimento comercial voltado para a alimentação e tem também o
conhecimento do “lado de dentro”, ou seja, da cozinha e de suas
especificidades. A formação do gastrônomo permite saber como funciona a
parte administrativa de um estabelecimento e também o lado operacional.
Portanto pode, muitas vezes, opinar sobre a otimização do uso de insumos
com conhecimento de causa, sem necessariamente ter que contar com
alguém do lado operacional. Ou quando for questionado pelo administrador
sobre determinadas preparações, poderá dizer se é economicamente
viável, tendo a preocupação não somente com os ingredientes a serem
utilizados e o modo de fazer, como também com a parte comercial da
produção. Sabe também como deve ser a estrutura física adequada de uma
cozinha, conhece todos os setores e sabe como tem que ser o perfil dos
profissionais que vão trabalhar em cada um deles (as praças e suas
funções), tem conhecimento das normas e regras que regem o setor, enfim,
informação é o que não falta para esses gastrônomos. O que falta é
espaço, uma brecha neste mercado.
Toda
a profissão nova passa por esse processo de reconhecimento, o que é
muito natural. Os primeiros formandos de qualquer área são os pioneiros,
mas também os que vão “dar a cara a tapa”. Como tudo na vida, este novo
ofício tem seu lado bom e o seu lado ruim. Portanto, muita coragem,
determinação e perseverança aos gastrônomos e, por parte dos
empresários, um voto de confiança para oportunizar a esses desbravadores
um espaço para mostrar a que vieram.
texto retirado de www.maisbaia.com.br e escrito por Ely Fujyama
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